Ideias fixas
(foto by Mano)
...Sou muito eu. Ideias muito fixas. Devia estar a estudar e estive a escrever-te até agora. Se chumbar, é só mais um curso, é só mais uma desilução para alguém,é só mais alguém que deixa de acreditar em mim. Só mais uma guerra perdida. É da maneira que desenvolvo a minha capacidade de resiliência. Muito, muito amargurada. Mas desejando-te, nos meus melhores períodos, muita felicidade. Não sei se algum dia conseguirei ser amiga. Eu sei que o pedido de espera não foi para mim, mas imagina, eu sou de ideias fixas. Não te quero, não conseguiria acreditar, mas consigo ter-me como tua muito, muito tempo. E sentir-me traída a cada presença estranha. Consigo odiar sapatos arrumadinhos e casacos pendurados no roupeiro. Consigo viver-te e recordar-te a cada passo, consigo não deixar aproximar ninguém, consigo, sozinha, sentir-me acompanhada. Consigo não te querer tal como tu não me queres...mas sinto raiva, raiva, muita raiva pela tua morte. E eu sou ateia, para mim, os mortos não ressuscitam! O meu defeito é ser muito característica e não ser fácil. Tive de novo a confirmação no Algarve. Pensando nisso, a frase: "Tu não és fácil, és muito exigente",já percorreu o país, de norte a sul. Vê lá que até tenho sardas na íris. O diabo marcou-me e disse: "Quem se aproximar desta loira não ganha o reino dos céus!". Com esta maldição como quero eu ser feliz?
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