Âncora
Fiquei ancorada no fundo de um poço que não parece ter fim. Abro os olhos e continuo encalhada no meio de um verde morto e seco, presa nos limos de uma vida que não desejo e que só é metade da concha que pedi. Estou desprotegida das intempéries das marés de Inverno e dói-me o corpo da posição viciante em que me deito e não acordo, não quero procurar o fim do labirinto na lama que me afoga, fico na asfixia do ser inerte, com a alma desligada e a boca do amor preenchida por nada, por nada do que descobri, na ausência do amor que encontrei. Não vou procurar o que já encontrei…
…mas parece que no caos das pedras nasce a vida e, por enquanto, não tenho forças para me levantar ou partilhar o que parece ser meu e que também eu perdi...
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