Friday, January 06, 2006

TOMAR...


…devagarinho, com tempo, começando por tudo o resto, passando por onde o mundo não vê, dizendo o que só tu ouves, pedindo que fales e que me contes…

…que me contes onde estas? Que me contes o que queres? Que me contes onde ir? Que me contes o que provar? Que me contes onde tocar?

… tocar onde não podem, o que desejo. Tocar com a imensidão do que sinto o desejo de te ter. Tocar o tom dos meus lábios na cor de vida da tua pele e vê-la crescer…

…crescer no acreditar do que sou mas não se via. Crescer em mim e entrares até onde não parece possível. Crescer num lugar criado pelo amor que sinto, inexistente antes de ser teu…

…como foi tua a palavra amor no tomar do cálice que bebia. Tua a delicia que provei e que dei a provar. Tua, meu, nosso, o lugar na minha boca. Tua a paixão da entrega do doce sabor…

…doce o sabor que sinto da lembrança. Doce tomar de mãos dadas, síncronas no desejo. Doce desejo de amar até onde não se acredita. Doce acreditar nas palavras de tomar…

…tomar tudo de uma só vez. Tomar o que parece não caber na lógica do ser. Tomar o que tinhas para me oferecer e não desaparecer…

…não desaparecer o nada porque o tudo era tão importante. Não morrer a confiança construída e creditada no amor do ser eterno. Não fugires na instabilidade do meu estar…

…estar e não ser. Estar instável num ser teu, sempre. Estar perto do longe que dói a ausência do toque. Estar na espera do que ontem foi meu…

Tomei de assalto o amor que me deste e…não era meu. Era de um tempo antigo, mas a tua crença arrastou-o, arrastou-o até me tomar. E, se não sendo, viveu em nós, agora só mora em mim, pelo que me resta fazer desaparecer na angústia do olhar o amor que te tenho e que não é meu…

0 Comments:

Post a Comment

<< Home