Despojos da maré
O problema é que não me realizo a ajudar. Fazia disso a minha vida. Trabalhava pela recompensa de um sorriso, de um obrigado, agora não em apetece. Estou desmotivada, tudo me parece inútil, todos os esforços não me fazem sentido, tudo desprovido do que quer que seja. Mas continuo na versão piloto automático, com muito receio de errar por não acreditar em nada, com muito medo de cometer um erro grave, de deixar para trás, de me perder, de ninguém me encontrar. Não me revejo na forma como ajudo, pareço imune ao mundo e ao que ele me transmite. Fico triste porque devo ficar triste, sorriu porque sorrir é conveniente, vou trabalhar porque tem que ser. E só consigo pensar que estou completamente louca, porque tenho tudo para ser feliz. Estou num estado de insatisfação permanente, se todos ficam satisfeitos com a conquista, eu respondo ao mundo que vejo conquistado com agressividade, reajo ao mais banal dos pedidos como se me devessem alguma coisa, como se a vida me corresse muito mal, como se me custasse muito a prestação de um favor, como se não fosse essa a minha obrigação. Quando me apercebo da prepotência, da agressividade com que respondo travo-me e deixo-me marcas profundas no porquê do que me sai. Em adiamento continuo do que me move...não estou bem...
2 Comments:
Tinha saudades de te ler…
As palavras fluem loucamente, tão rápido que não há tempo para corrigir as gralhas. A angústia de quem provou e quer mais é deseperante.
Tu não andas perdida, não sabes é para onde vais, mas já sabes por onde não vais.
a imagem... hum...
e afinal, parece que se confirma.
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