Tuesday, February 28, 2006

Pouca intimidade


Conquista-se. A intimidade conquista-se, constrói-se, mas leva o seu tempo, o orçamento tem que ser generoso e o tempo de licença de construção não pode ser limitado. Porque construir intimidade leva tempo e custa. Custa dedicação, entrega, lealdade, sinceridade, partilha, cedência e espírito. Espírito de procura, de vontade de encontrar. Encontrar o terreno certo para a construir é trabalho de mestre. Não pode ser fácil, se for terreno fácil rapidamente desaba com a intimidade construída à pressa e sob falsos pressupostos. Também não pode ser demasiado difícil. Se difícil roçando o impossível , não há partilha na cedência e se não há partilha ou cedência nem se consegue edificar, pelo que não há perigo de derrocada porque, por e simplesmente, não cresce. O terreno tem que ter vista. Se fechada, sem possibilidade de se encontrar com o que a rodeia, sem possibilidade de visitar o mundo, a intimidade atrofia, mingua, fica pequenina e acaba por desaparecer na monogamia exclusiva da única relação. As terras tem que ser férteis. Férteis de sorrisos, de novidades, de surpresas, a intimidade não pode ser monótona. Tem que ter espaço. A intimidade tem que ter muito espaço, tem que ser construída em cima da maior confiança e despertar confiança naquele com o qual a pretendemos construir.

Cansada, cansada só de pensar no que é preciso para construir intimidade e ainda só vou na escolha do terreno...

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