Tuesday, February 28, 2006

Quero!


Quero acreditar! Como quero, acreditar que os dias não me vão trazer mais angústia, mais não verdades. Que o arrastar dos tempos me vai tornar mais madura, mais imune. Que me vai destruir os sonhos e fazer-me passar à realidade, porque eu sou igual a todos os outros e mereço o que está na prateleira e é de quem se servir primeiro.

Quero despertar! Quero despertar desta melancolia deitada nos dias que atravesso. Não! Que atravesso não, porque eu não me mexo, mas eles, os dias, tem pressa e lá vão passando. E passam devagar. Passam devagar os dias, porque as noites são tão curtas... tão curtas que não as consigo encontrar e nelas me perco.

Quero parar! Quero parar o tempo e ter tempo para ficar quieta, se conseguir. Porque estou hiperactiva, não descanso mas também pouco produzo, mais um pouco e não me falta nenhum critério diagnóstico para um sindroma de hiperactividade, não paro quieta, não descanso as noites, não concentro a atenção, não produzo e cá estou eu a recém chegada hiperactiva.

Quero simples! Quero conseguir pensar direito, perder a mania de que sou Deus que escreve certo por linhas tortas e traçar a linha recta na qual escreverei a minha vida. Sair deste estado de completo caos e passar à ordem. Ser policia sinaleiro destas ruas fechadas ao trânsito, esburacadas e mal tratadas pelo tempo e pela vida.

Quero fazer! Quero fazer aquilo a que me proponho e sentir-me bem com o que faço. Sentir que fiz o melhor que podia e não o que podia com o tempo que me sobrava. Que sobrava do que pura e simplesmente não gastava. Esteve lá sempre mas eu só o olho quando está a terminar, quando tem que ser senão passa a validade.

Quero tudo! Quero tudo e não quero nada. No fundo não sei o que quero, nem muito bem o que quero querer. Sabia o que não queria e já não achava mau, agora nem isso.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Depois de algum tempo... voltei!

Confesso que tenho andado ocupada e não tenho tido tempo de vir ao teu blog.

Está mais leve :-) é positivo, mas fiquei com a sensação que metade daquilo que escreveste nos últimos textos foi para te convenceres a ti prória... já não é mau de todo! Pelo menos alguém dizia que "assumir é meio caminho andado para cura" - pode ser que resulte.

Enfim, continuo a achar que devias gritar ao mundo em vez de escreveres e escreveres e escreveres... Mostra que existes!

Baixa os braços e pára de te defender... (do nada)

De certeza que alguém está perto de ti a querer invadir essa fortaleza e tu não deixas :-(

Tens feridas abertas (nota-se bem...), mas irão sarar mais facilmente se estiverem descobertas... ao vento...

Já lá vai tanto tempo... Não te percas nesta vida, não te impessas de viver, não carregues a culpa de seres a tua própria prisão.

Beijos grandes,
Atirana :-)

28 February, 2006 22:12  

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