Monday, March 12, 2007

Um Dezembro a uma Mulher



Esta é a mulher…
“Lava as lágrimas na banheira mas deixa que corram pelo ralo e atreve-te a renascer completa e melhor. Enquanto delas fizeres a tua vida nunca a desejarás como tua nem serás rainha do teu Universo, pois elas tomar-te-ão de assalto sempre que baixares a guarda.”

Este é o Dezembro…

…um Dezembro de média idade mas muito acabado, escuro, usa bigode preto, sujo e mal aparado e tem barba de há três, quinze dias. É austero, frio, triste e distante. Vem em passo acelerado, grunhindo em voz baixa e com sobrolho carregado porque não quer dar pataco e não responde à alegria de um Olá, não está para aí virado. Passa fugaz na pressa de um Adeus. Poderiam pensar: “Vem com pressa, trás Natal!”, mas não. Nem Natal, nem Ano Novo, nem Carnaval ou Páscoa durante muito, muito, muito tempo. Este Dezembro não trás nada, só tira. E tira tudo, uma mãe a uma filha, uma avó a uma neta, uma guerreira à sua grande pequena batalha, a vida…

Um Dezembro que não podia acontecer…mas aconteceu. Foi curto. Começou na sexta-feira à tarde e terminou na madrugada de Sábado dia 23. Eu nem queria acreditar! Ora está tudo sereno ora É a negra manhã de Luto por uma Mãe… E se o Dezembro foi curto, o Janeiro não chegou. Tudo se resume à dor daquela noite. O despertar? Completamente inútil! Uma brincadeira de criança? Triste, francamente triste, ri na inocência de quem nada sabe. Um riso na estupidez? Despropositado, Já nem recordo porque ser ri. Um passeio junto ao mar? Perda de tempo! Comer? Futilidades! Viver? Para quê?

Amiga, porque não podes passar o resto dos teus dias na cama, por muito confortável que soe. Também tu és mãe e tens uma filha para criar. Por trás das brincadeiras da tua criança está o calor onde te podes aninhar. No sorriso vem o abraço de uma amizade e nós estamos aqui. Com o mar recordas a luz e o quanto podes ainda ser feliz. Comer amiga? Comer faz falta e ponto! Viver? Vamos vivendo, devagarinho…na verdade parece andamos por aqui para isso.

Adoro-te. Força. Penso sempre em ti.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Justasoul, a tua mãe partiu mas não o fez porque quis... se sentes tão bem dentro de ti esse vazio, essa solidão que a falta de uma mãe pode fazer na nossa vida... pensa bem antes de desistires. Foste tu quem escolheu ter uma filha... ninguém no mundo sentiria mais a tua falta que ela...não a abandones nunca...És o maior e o melhor bem que ela tem! O mundo não é surdo... o teu eco é que de facto é mudo... Força!
Quanto a ti, blonde, fico contente por te ver por cá de novo...

28 March, 2007 17:03  
Anonymous Anonymous said...

Porque um “Adeus” e um “Nunca mais” são demasiado definitivos...
Porque há sempre um ponto de retorno... algo que nos move às “origens”...
Porque senti necessidade... voltei!...
Até quando? Não sei!... Até que sinta necessidade de parar novamente...
Entretanto, no vaivém das minhas idas e vindas, encontrar-me-ás AQUI.
Agradeço desde já as visitas e palavras que, noutros tempos, me deixaste no meu outro “porto de abrigo”...
Sejas bem-vinda ao Esta Ausência...

16 May, 2007 13:13  

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