Wednesday, November 30, 2005

Híbrido




O meu pai menor não se identificou com a designação. È um ser diferente, não é meu pai, não é meu amante, não é meu amigo. Não é, nem NUNCA vai ser.

Atenção que eu aprendi a não usar o NUNCA com leviandade, pelo que, sei bem o que estou a dizer. Não vai ser meu amante ou meu amigo e parece que também não foi meu pai.

Conclusão, metade de mim nasceu de um híbrido que não me é nada e que está morto. Está morto mas não é fantasma. Os distraídos que não se enganem, porque este híbrido é de qualidade, é híbrido até depois de morto. È um híbrido sem alma, que não assombra. Mutação pouco frequente. Será resultado de que cruzamento? Ainda não consegui perceber a mistura. Tem uma pitada de descrença, um toque de distância e muita, muita racionalidade. Tem uma bola de cristal no lugar do coração e adivinha o futuro. Tem nome de sapo e mais parece sapo do que príncipe. Mas cheira e sabe a príncipe. È mutante, tudo é disforme, desprovido de lógica e repleto de insatisfação. Mas eu sou-lhe metade. Encaixamos como ninguém, somos as duas peças únicas de um mesmo puzzle. Sou-lhe qualquer coisa que ele também me é.

Só temos que descobrir o que somos e viveremos em paz e felizes para sempre.

(Innocence)

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