Insónia por cuidados
Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, este alarme ecoa nas grutas da minha insónia...
Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, ele não te ama. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, ele não te quer. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, morreu nos braços de outra mulher.
Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, as noites demoram. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, os dias não passam. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, a vida não morre...
Mantém-se assim. A vida. Sobrevive ligada a máquinas. Máquinas frias, desconfortáveis, tão distantes e insensíveis. Sem funções cognitivas superiores, só respira, revira os olhos e contrai os músculos de forma dessincronizada. Até para quem olha é angustiante...
Está exausta, não quer mais. Quer desistir, mas não a deixam. Assim que consegue passar despercebida, corre, desesperada, para as portas do céu (ou do inferno ou de lado nenhum, quem sabe?). Mas o alarme estridente soa, Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, a avisar a desistência, a advertir da cobardia e a passagem é-lhe barrada. É-lhe barrada pelos batalhões de cuidadores que julgam estar a praticar o bem. Que acreditam estar a salvar uma vida.
Salva-la do quê? Está morta! Nem a atenção persistente, nem as batalhas ganhas, nem a vontade de ficar, a salva. Está morta! Quais cuidados intensivos? Quais intervenções precoces e atempadas?
Precisa de paliação. Precisa de alguém que a ajude nos últimos suspiros, que lhe transmita paz e estabilidade, que a ajude a morrer. Não de alguém que perpetue o seu sofrimento.
Não precisa de mim. Eu não consigo deixar morrer a vida, sem pelo menos, dar tudo, para a salvar. A minha não deixo. E revolto-me com a morte da dele. Não a aceito e se mais armas tivesse ela não se perdia. Será que depois de morta ganho o seu respeito? Será que depois de morta ganho o seu amor? Depois é tarde, já morri.
Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, ele não te ama. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, ele não te quer. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, morreu nos braços de outra mulher.
Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, as noites demoram. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, os dias não passam. Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, a vida não morre...
Mantém-se assim. A vida. Sobrevive ligada a máquinas. Máquinas frias, desconfortáveis, tão distantes e insensíveis. Sem funções cognitivas superiores, só respira, revira os olhos e contrai os músculos de forma dessincronizada. Até para quem olha é angustiante...
Está exausta, não quer mais. Quer desistir, mas não a deixam. Assim que consegue passar despercebida, corre, desesperada, para as portas do céu (ou do inferno ou de lado nenhum, quem sabe?). Mas o alarme estridente soa, Ti ni ni ni, ti nim, ti ni ni, ti nim, a avisar a desistência, a advertir da cobardia e a passagem é-lhe barrada. É-lhe barrada pelos batalhões de cuidadores que julgam estar a praticar o bem. Que acreditam estar a salvar uma vida.
Salva-la do quê? Está morta! Nem a atenção persistente, nem as batalhas ganhas, nem a vontade de ficar, a salva. Está morta! Quais cuidados intensivos? Quais intervenções precoces e atempadas?
Precisa de paliação. Precisa de alguém que a ajude nos últimos suspiros, que lhe transmita paz e estabilidade, que a ajude a morrer. Não de alguém que perpetue o seu sofrimento.
Não precisa de mim. Eu não consigo deixar morrer a vida, sem pelo menos, dar tudo, para a salvar. A minha não deixo. E revolto-me com a morte da dele. Não a aceito e se mais armas tivesse ela não se perdia. Será que depois de morta ganho o seu respeito? Será que depois de morta ganho o seu amor? Depois é tarde, já morri.
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