Não é, definitivamente, um pedido de ajuda...
…só um desabafo com alguém, que eu sei, que não vou angustiar. Hoje, choro a cada segundo de pausa, como se precisasse de correr para aproveitar os tempos de solidão e soltar depressa e rápido as lágrimas que me inundam. Asfixiam-me! Sinto-me peixe fora de água. Não sou peixes sou touro, algo de estranho se passa.
Sinto-me a desfalecer, como se a vida se despedisse aos poucos. Não vejo sentido, não sinto vontade, não me sinto viva. Se morresse, poucos seriam aqueles que sentiriam a minha falta. Verdadeiramente, a minha falta! Dir-se-ia, sem falsas modéstias: “ Tão jovem. Tão bela. Tão inteligente. Que pena!”. Mas não se ouviria:”Morreu o meu amor, a minha vida. Morreu o meu sentido. Morreu o meu mundo. Morreu a minha razão de ser.” Ninguém sentiria a minha ausência a cada segundo, a cada suspiro, a cada batimento, a cada garfada, a cada passo rotineiro. Ninguém sentiria todas as manhãs a ausência do meu beijo, do meu corpo, do meu calor. Ninguém sentiria saudade do meu toque, do aninhar dos corpos antes de adormecer, das carícias das minhas mãos, da ternura dos meus lábios. Ninguém deixaria de viver, ainda que um pouco, só um pouco. Morrer, um pouco, por alguém.
Dia triste, pequeno e sombrio, este. Hoje seria um bom dia para morrer. Curto, acabaria depressa. Se me dessem a escolher, escolhia morrer no Outono, com o cair das folhas. Adoro o cheiro a terra molhada, adoro os tons avermelhados das folhas já mortas, que jazem nas copas das árvores, como que enganadas sobre o seu estado vital. “Oi! Oi! Detesto ter que ser eu a dizer-vos, mas, já morreram, há uns tempos. Importam-se de ceder à realidade e caírem mortas sobre o solo?” Que angustia. Mortas e penduradas. “Podem magoar-se!” Não. Não se magoam, estão mortas, não sentem, só existem. Tem bilhete de identidade, nº de contribuinte, nasceram de gente e até tiveram avós, mas estão mortas. Só não caíram no tempo certo. “Teimosas! Ainda magoam alguém, alguém que passa desprevenido e vos toma como vivas e firmes.” Coitadas. Só se conseguem aperceber de que estão mortas quando se lhe acabam as forças e caiem desamparadas, e ainda assim, no breve segundo em que são arrastadas pelo vento, voltam a acreditar que estão vivas, que alguém as salvou. “Milagre!! Milagre!!” Mas estão enganadas, foi uma falsa esperança e caiem estateladas no chão onde passam os vivos que são, também, arrastados até ao solo pelo peso da descrença. E se magoam, muito, muito. Mas as folhas só não os conseguiram prevenir, também elas desconheciam, o facto, repito, o facto, de que estavam mortas, defuntas, cadáveres. Pobres folhas…se tivessem pedido ajuda a tempo…
Teria valido de alguma coisa?
Sinto-me a desfalecer, como se a vida se despedisse aos poucos. Não vejo sentido, não sinto vontade, não me sinto viva. Se morresse, poucos seriam aqueles que sentiriam a minha falta. Verdadeiramente, a minha falta! Dir-se-ia, sem falsas modéstias: “ Tão jovem. Tão bela. Tão inteligente. Que pena!”. Mas não se ouviria:”Morreu o meu amor, a minha vida. Morreu o meu sentido. Morreu o meu mundo. Morreu a minha razão de ser.” Ninguém sentiria a minha ausência a cada segundo, a cada suspiro, a cada batimento, a cada garfada, a cada passo rotineiro. Ninguém sentiria todas as manhãs a ausência do meu beijo, do meu corpo, do meu calor. Ninguém sentiria saudade do meu toque, do aninhar dos corpos antes de adormecer, das carícias das minhas mãos, da ternura dos meus lábios. Ninguém deixaria de viver, ainda que um pouco, só um pouco. Morrer, um pouco, por alguém.
Dia triste, pequeno e sombrio, este. Hoje seria um bom dia para morrer. Curto, acabaria depressa. Se me dessem a escolher, escolhia morrer no Outono, com o cair das folhas. Adoro o cheiro a terra molhada, adoro os tons avermelhados das folhas já mortas, que jazem nas copas das árvores, como que enganadas sobre o seu estado vital. “Oi! Oi! Detesto ter que ser eu a dizer-vos, mas, já morreram, há uns tempos. Importam-se de ceder à realidade e caírem mortas sobre o solo?” Que angustia. Mortas e penduradas. “Podem magoar-se!” Não. Não se magoam, estão mortas, não sentem, só existem. Tem bilhete de identidade, nº de contribuinte, nasceram de gente e até tiveram avós, mas estão mortas. Só não caíram no tempo certo. “Teimosas! Ainda magoam alguém, alguém que passa desprevenido e vos toma como vivas e firmes.” Coitadas. Só se conseguem aperceber de que estão mortas quando se lhe acabam as forças e caiem desamparadas, e ainda assim, no breve segundo em que são arrastadas pelo vento, voltam a acreditar que estão vivas, que alguém as salvou. “Milagre!! Milagre!!” Mas estão enganadas, foi uma falsa esperança e caiem estateladas no chão onde passam os vivos que são, também, arrastados até ao solo pelo peso da descrença. E se magoam, muito, muito. Mas as folhas só não os conseguiram prevenir, também elas desconheciam, o facto, repito, o facto, de que estavam mortas, defuntas, cadáveres. Pobres folhas…se tivessem pedido ajuda a tempo…
Teria valido de alguma coisa?
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