Monday, November 21, 2005

Não! Não! Não!

Não tens pena? Não tens pena? Eu sei que não és galinha. Mas galo és e na chafarica mandas tu.

Não tens saudades? Saudades? Eu sei. Tens botões. Não sentes banalidades. Será que sentes de todo?

Não tens fome? Sabes? Tipo remoinho gástrico. Intenso. Parece que tens um furacão no lugar de uma estrutura de ruminante, qual vaca dos Açores. Mas na realidade é um quadro clínico compatível com saudinite, ou seja, infecção por saudades de amor, em último grau. Muito, muito mau prognostico.

Não tens desejo? Eu desejo. E não me consigo saciar com outro. Não há lugar a. Não vejo como. Não sei como consegues. Como consegues?

Não sentes dor? Dor por ter terminado. Dor por nem ter começado. Dor pela curva precipitada por atalho já conhecido. Dor pela falta de consistência. Dor pelo egoísmo. Dor por mim.

Não te dói doer-me? Não te angustia andar perdida? Não sentes uma vontade imensa de me aconchegar? De me dizeres: “Amor, vai ficar tudo bem...eu vou estar sempre aqui.”

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Adorei este!
Muita raiva, muito sentimento, muito verdadeiro...
Mesmo que não o seja!
Adorei a forma como o escreveste, faz-nos ler a correr!
Que deve ter sido como o escreveste!
Mas adorei!

10 December, 2005 03:40  

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