A eternidade falhou o buraco...
Mais descansada. A morte anunciada não é para já. Ainda não tenho direito a relatório de autópsia. Ainda não sei do que vou morrer. Sim, porque morrer vou, só não ganhei a causa de morte hoje.
A lotaria rodou, rodou e a bola tinha que sair a alguém. Calhou-me a mim, o destino já havia decidido que aquela bola era minha, só não sabia a cor. Eu queria que saísse a bola branca, a bola saudável, a bola não infectada, aquela que não anunciava a minha morte certa, com relatório post mortem anexado. Aquela que não me faria sofrer, aquela que não me condenava a desempenhar qualquer outra função que não aquela que desempenho e que amo, aquela que me defenderia da dor, aquela que me permitiria ter mais uma hipótese. E enquanto a bola não saiu da tômbola pensei muito, pensei tudo. Pensei no antes, no agora e no depois. Pensei em mim e nos meus. Pensei no que sou e no que não tive oportunidade de ser. Oportunidade? Talvez não tenha feito por isso ou pura e simplesmente não o mereça. Pensei no que fazer em caso de bola negra, no caso de fim da linha. Pensava, pensava…e as bolas giravam. Dói, ficamos sozinhos, só nós estamos na probabilidade de ficarmos doentes. Aquela bola é nossa, definitivamente nossa. Podemos ter o mundo a apoiar-nos mas aquele destino é só nosso.
Senti o chão fugir-me debaixo dos pés e consegui ver o abismo. As lágrimas eminentes deixaram de o ser, saíram apressadas na direcção da tômbola tentando ludibriar o destino e batotear a lotaria das bolas, mas não venceram a gravidade e estatelaram-se no azul escuro do fundo do abismo.
Afinal não há abismo, era só o decote da minha farda, o azul ficou escuro pelas lágrimas que caíram e o destino decidiu que desta vez a bola premiada era a branca.
O destino deu-me uma abébia e eu agradeço. Serve, com certeza, de lição para o uso de óculos protectores no futuro. Serve de lição para o meu futuro e para o futuro de quem me ler e partilhar de uma profissão de risco.
A lotaria rodou, rodou e a bola tinha que sair a alguém. Calhou-me a mim, o destino já havia decidido que aquela bola era minha, só não sabia a cor. Eu queria que saísse a bola branca, a bola saudável, a bola não infectada, aquela que não anunciava a minha morte certa, com relatório post mortem anexado. Aquela que não me faria sofrer, aquela que não me condenava a desempenhar qualquer outra função que não aquela que desempenho e que amo, aquela que me defenderia da dor, aquela que me permitiria ter mais uma hipótese. E enquanto a bola não saiu da tômbola pensei muito, pensei tudo. Pensei no antes, no agora e no depois. Pensei em mim e nos meus. Pensei no que sou e no que não tive oportunidade de ser. Oportunidade? Talvez não tenha feito por isso ou pura e simplesmente não o mereça. Pensei no que fazer em caso de bola negra, no caso de fim da linha. Pensava, pensava…e as bolas giravam. Dói, ficamos sozinhos, só nós estamos na probabilidade de ficarmos doentes. Aquela bola é nossa, definitivamente nossa. Podemos ter o mundo a apoiar-nos mas aquele destino é só nosso.
Senti o chão fugir-me debaixo dos pés e consegui ver o abismo. As lágrimas eminentes deixaram de o ser, saíram apressadas na direcção da tômbola tentando ludibriar o destino e batotear a lotaria das bolas, mas não venceram a gravidade e estatelaram-se no azul escuro do fundo do abismo.
Afinal não há abismo, era só o decote da minha farda, o azul ficou escuro pelas lágrimas que caíram e o destino decidiu que desta vez a bola premiada era a branca.
O destino deu-me uma abébia e eu agradeço. Serve, com certeza, de lição para o uso de óculos protectores no futuro. Serve de lição para o meu futuro e para o futuro de quem me ler e partilhar de uma profissão de risco.
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