Monday, March 22, 2010

Saudosa de uma viagem de comboio


Ia-me matando,
Adormecida nos sentires,
Engasguei-me com as palavras,
Asfixiei de saudades,
E quase morria,
Tudo quase terminava,
Numa viagem de comboio.

Sunday, March 21, 2010

Na descoberta do que não encontro


Esta cena de nunca descobrir terra é diferente. Nem porto seguro, nem terra a vista, nem nada. Segurança profissional não existe. Estabilidade nas relações? Esquece lá isso! Nem estabilidade, nem certezas. Certezas? Poucas ou nenhumas mesmo...nenhumas mesmo. Não encontro descanso...também não sei se o quero. Será que o procuro? Não me parece que algum dia o tenha procurado, o descanso. Procurei despertar paixão, procurei conquistar amizade, procurei provocar extremos, procurei encontrar amor. Sim encontrar, mas não descanso, encontrar paixão, amizade, carinho, protecção. Despertar angústia, saudade, incerteza. Procuro os extremos, extremos que aprendi não serem doradouros, esgotam-se, implodem, terminam. Mas em mim fica sempre muito por terminar. Adoro a loucura, a insanidade, a angustia do desconhecido, a provocação, a sedução. Não sou certa, aparento sanidade, mas sinto-a pouco. Tudo escondido, obscuro. Tenho tanto de bom como de mau. Se amo, amo até à loucura. Se odeio, a ignorância é cruel. Não gosto de me sentir encurralada, presa. Não gosto que me afastem, mas gosto de afastar. Não gosto que me deixem, mas é me impossível deixar. Massacro e acaba por acontecer. Desgasto...mas não encontro. Será que algum dia parti à descoberta?