Tuesday, July 26, 2011

Quase sempre

Como habitualmente tinhas razão. A ignorância, o desconhecimento, traz-nos a nós sofrimento, angustia, desconforto, mas poupa quem não queremos magoar. Mas também é verdade que abrir o jogo, ser fiel, honesto, verdadeiro, não nos poupa a nós nenhum sofrimento. Para quê contar então? Para quê aumentar o sofrimento, perante algo que não sabemos o que vai ser? Para quê destruir quando não sabemos se vai crescer algo maior?

Não sei, não sei mesmo. Mas somos diferentes e eu não conseguia viver não sendo verdadeira, não conseguia ter a meu lado, a dividir comigo a sua vida, alguém que merece todo o meu respeito e fidelidade, estando enamorada por outra vida, que não é minha mas pode vir a ser, por uma amor em semente que pode morrer enterrado no chão mas que pode brotar a qualquer instante, por tudo o que sempre sonhei, ser feliz. E não é pouco, a vida também me trouxe esta lição, não é mesmo nada pouco ser feliz, muito longe aliás anda habitualmente a bendita felicidade, nomeadamente para cabeças como a minha e a tua, insatisfeitas por razão.

Estou feliz? Não! Sofro horrores, o sentimento de perda, de desistência, de afastamento dos que amo, de ser causa de desilusão e sofrimento, mata-me por dentro, sou menos, menos no quadrado onde não me encontro, mas continuo à procura, à procura de ser feliz. E abro as portas, as janelas, as clarabóias, tudo o que estiver ao meu alcance para conseguir felicidade, que em mim passa, obrigatoriamente, por amar e ser amada, muito, forte, tudo. Como se não houvesse amanhã, porque o certo é que o amanhã não existe até que aconteça e sempre que o amanhã me presentear com outro dia eu quero merece-lo. Merece-lo? Sim, merece-lo, pelo que sou para os que amo e para os que odeio e pelo que sou para mim. É verdade, tens quase sempre razão, mas eu vou ser feliz.